O consultor, autor e palestrante Clóvis Tavares, dereto da África do Sul, escreveu este artigo para oBlog do Lider. Muito interessante e pertinente!
Aqui na África, a vuvuzela só agrada quem está tocando.
Quem não esta vuvuzelando, só sente o incomodo de ter que ouvi-la e suportá-la. Durante os jogos, seu jorro monofônico atordoa até os jogadores mais experientes, desconcentrando e tirando o foco dos gritos inaudíveis dos técnicos e do apito do juiz. Podem reparar que o Dunga usa muita mímica e o único que continua gritando alucinadamente, é o Maradona. Por que será ?
Muitos lideres do Brasil já usavam a Vuvuzela antes da Copa.
O mundo está cheio de diretores e gerentes que trombeteiam, ou melhor “vuvuzeleiam” sem parar na cabeça da sua equipe. Na ansiedade de fazer um gol nos 45 minutos do 2º. Tempo do dia 31 do mês, eles pegam suas cornetas tecnológicas (smartphones e laptops), e incomodam seus colaboradores e vendedores insistentemente. São repetitivos em suas falas e mensagens, criam um clima de pressão desmesurada, ensurdecendo os ouvidos do time com cobranças, ordens, prazos e metas.
Aqui em Durban, consigo visualizar no campo, claramente a analogia entre o líder de uma empresa e o jogador de um time de futebol. Muitas vezes o líder é o goleiro, e possui a obrigação de proteger a sua meta e não tomar gol. O gol contra é o desperdício de recursos em uma gestão desastrosa e o frango é a perda do cliente fiel por descuido e acomodação. Se você toma um gol, desperdiça todo o tempo e recurso que os seus atacantes conquistaram e empata o resultado. E quem só empata… não leva a taça.
Ás vezes o líder é um zagueiro e precisa garantir seu domínio para não perder território para o adversário, leva bolada na barreira e tem que sair sorrindo. Outras vezes ele é meio campista e tem a missão de passar a bola com precisão e conduzir o ritmo do jogo. Jogar no meio campo é ser estratégico e saber que na hora de lançar um produto novo para seus vendedores atacantes, a atenção tem que ser total para não gerar impedimentos e faltas que invalidem a jogada.
Na maioria das vezes o líder quer ser atacante, jogar a bola na rede, receber os méritos e ter um fã clube gritando seu nome na torcida. Só que esquece que atacante não pode ser fominha, tem que passar a bola também, tem que delegar a responsabilidade e aplaudir o colega que completou a jogada.
Chega de lideres na banheira esperando a bola chegar, basta de vuvuzuela na cabeça da equipe. É preciso resgatar aquele líder capitão, aquele que chama a equipe, ama a camisa e joga em todas as posições na busca do gol !
Paixão pela sua bandeira é o sentimento predominante na África do Sul, mesmo que seu time perca, o amor não se vai…ele fica nas lagrimas que mancham as caras pintadas.
Líder que é líder não tem medo de mostrar que sente emoção e troca o som da vuvuzuela pelo grito do nome do seu time… Brasil !!!!