Um dos melhores autores de crônicas que conheço é o Luiz Fernado Veríssimo. É um expert em conciliar assuntos reais do cotidiano com histórias imaginárias e muitas vezes inimagináveis!
Acabei de ver no twiter a sua última obra prima que achei impagável.
" Infláveis
Como se compra uma mulher inflável? Sex shop? (Você: “Mulher inflável?” Balconista: “No fundo, entre os arreios e as bolinhas japonesas”)
Pela internet? Procurei mulher inflável no Google. E encontrei! Feitas de vinil, da cor que se quisesse, tamanho natural. Vinham numa caixa.
Como seria a caixa? Parecida com uma embalagem de pizza, com a mulher dobrada dentro?
Viria uma bomba de ar junto ou você mesmo teria que assoprar para enchê-la, no primeiro ato de intimidade entre os dois?
Você lhe dando vida com seu sopro, como o Deus da criação.
Elas já viriam da fábrica com nome – Suzy, Carol, Natasha – ou caberia a você também batizar a recém-nascida, ou recém-inflada?
Cloé, pensei. A minha se chamaria Cloé. Ou talvez Pleshette.
A vantagem da mulher inflável é justamente a variedade. Quando você se cansa, joga fora e compra outra. Ou vende a velha e compra uma nova.
Há um grande mercado para mulher inflável de segunda mão, ou recauchutada.
Comprei. Confesso. Pedi uma morena com a cara aproximada da Catherine Zeta-Jones, se tivessem, e não pretendo compartilhá-la com ninguém. "
Embora concorde com alguns pontos do texto, prefiro ainda uma de carne e osso!
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