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Assunto:

Idiomas, comportamento e agricultura (Parte 1)



Aparentemente estas três palavras não fazem sentido juntas, mas a sua ligação é muito forte e vou tentar explicar o porquê.

Agricultura na Grécia antiga
Nosso idioma, a língua portuguesa, se enquadra na família, mais precisamente:
Indo-europeia > Itálica >  Românica>    Ítalo-ocidental >   Românica ocidental>     Galo-ibérica>    Ibero-românica >  Ibero-ocidental >  Galaico-portuguesa  >  Português. 
Ninguém precisar saber toda esta classificação, mas o seu conhecimento é fundamental para entendermos  o porque de nossa língua ser mais “aparentada” com o sânscrito (língua falada na índia), do que com o chinês por exemplo. Você pode navegar no Ethnologue  e encontrar a maioria das línguas no nosso planeta, suas origens e relações de filogenia.

Mas afinal, o que isso têm haver com  agricultura?

No livro História dasagriculturas do mundo de MARCEL MAZOYER & LAURENCE ROUDART (Recomendo), os autores mostram a ligação da origem das línguas, com os centros de surgimento e expansão da agricultura por volta de 10.000 AC.

A hipótese segundo a qual essas línguas-mãe teriam sido formadas nos centros de origem da revolução agrícola neolítica, e que teriam se dispersado, diferenciando-se ao mesmo tempo que as primeiras sociedades agrárias, é cada vez mais aceita (P. Bellwood, 1994). Segundo essa hipótese, a agricultura e a língua oriundas de cada um dos centros irradiantes teriam se expandido simultaneamente, percorrendo os continentes, para formar algumas grandes áreas de extensão agrária e linguística: uma área indo-afro-asiática oriunda do centro irradiante do Oriente Próximo, uma área americana oriunda do foco irradiante centro-americano, uma área asiática proveniente do centro chinês e talvez também as áreas, mais restritas, sulamericana e norte-americana.

Trecho do livro História das agriculturas do mundo

Principais centros de origem da agricultura

Portanto, como defendem os autores, o surgimento da língua se tornou fundamental para a transmissão dos conhecimentos gerados nesses locais. Conhecimentos, materiais e técnicas, que antes não existiam. Fica claro que o surgimento da agricultura, não foi somente uma revolução técnico-cientifica, mas também uma profunda revolução social e cultural nas primeiras comunidades.

Ok, mas e o comportamento? Onde ele entra nessa história? O que hábitos modernos têm a ver com práticas dos homens das cavernas?

A resposta dessa pergunta, fica para a semana que vêm.

Como diria o Humberto Gessinger: "Você que têm idéias tão modernas, é o mesmo homem que vivia nas cavernas" Freud Flinstone

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